que virou presidiário
A vida de Omar Abud, 50 anos, um dos mais conhecidos delegados gaúchos, virou de cabeça para baixo. O policial passou de um lado das grades para outro, em questão de meses. Está preso no xadrez do Grupamento de Operações Especiais (GOE) no segundo andar do Palácio da Polícia, a sede da Polícia Civil gaúcha, em Porto Alegre, condenado a 32 anos de reclusão por integrar organização criminosa e lavar dinheiro.
Chefiou no início da carreira as principais delegacias especializadas do Rio Grande do Sul, como as de Roubos, de Capturas e Furto de Cargas, entre outras. Peregrinou também pelas principais DPs de bairros, onde, de acordo com seus amigos, era temido.
A reviravolta na trajetória de Abud começou em fevereiro, quando foi preso na Operação Financiador, deflagrada pelo Ministério Público e Corregedoria da Polícia Civil. A investigação tinha como alvo integrantes de uma facção criminosa, os Bala na Cara, que utilizaram um mercado em Alvorada como fachada para lavar dinheiro e repassar mercadorias roubadas. A apuração apontou que Abud e outro policial civil, o comissário Luís Armindo Gonçalves, financiavam uma quadrilha especializada em estelionato e roubo de cargas. A denúncia apresentou comprovantes de repasses de valores pelos policiais para que os crimes continuassem e eles conseguissem lucros em cima destes valores. Os financiamentos seriam por meio de intermediários — alguns deles, familiares dos policiais — para dificultar o rastreamento.
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