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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

E "Topo" não viu a sua Argentina chegar

           Muitas vezes as grandes alegrias vêm acompanhadas de enormes tristezas. E a quarta-feira foi assim para os argentinos. Mas a tristeza desta vez chegou antes.  O repórter Jorge Luiz Lopez, de 38 anos, jornalista do Diário Olé, de Buenos Aires, morreu na última madrugada, próximo a Guarulhos (SP). Ele estava num taxi, que foi violentamente atingido por um carro roubado, dirigido por criminosos em fuga de uma perseguição policial.  Uma triste fatalidade, se é que existe uma fatalidade que não seja triste.
            Conhecido por todos como "Topo", o rapaz chegava a São Paulo para cobrir o jogo desta tarde, entre Argentina e Holanda. Infelizmente, ele não viu a sua Argentina chegar à grande final da Copa do Mundo.
             Sua morte provou uma imensa consternação na Argentina, como destacou o Diário Olé em sua edição de hoje. O jornalismo inteiro do vizinho país está de luto. E nós, que também atuamos por muitos anos no ramo, nos associamos a toda esta tristeza. Certamente, um pedaço desta grande vitória que os argentinos conseguiram hoje pertence a "Topo".  
         

É assim que se joga uma Copa


    Com talento, raça, determinação, coragem e sobretudo com organização.  É assim quem se disputa uma Copa do Mundo, quando se quer ganhar. A Argentina de hoje parece o Brasil da Copa de 94. Eu estava lá nos Estados Unidos e vi bem de pertinho. Era bem isso aí. Com limitações, mas com virtudes enormes e absoluta consciência do que está fazia dentro do campo.  O Brasil de ontem é a Argentina de hoje.
      Quando "los Hermanos" derrotaram a Nigéria, num jogo difícil, postei aqui sob o título "Argentinos arrancam pra chegar".  E eles chegaram mesmo. Daqui para a frente, o que vier é lucro. O que eu não queria era ver dois times europeus decidindo uma Copa aqui no Brasil. Os argentinos nos salvaram deste vexame.

      Mas foi um belo jogo esse de hoje. Sob todos os aspectos. Jogo técnico, limpo, de poucas faltas e muitos estudos.  Como deve ser o futebol nesta fase de uma Copa do Mundo. É nestas horas que a gente vê como nossa Seleção foi mal preparada. Não é um time ruim, mas é um time "porra louca", que não sabe muito bem o que quer da vida.
       O que realmente impressionou hoje foi a organização que argentinos e holandeses demonstraram. Focados, respeitando suas combinações e seus esquemas. Isso é futebol moderno. E é esse futebol que faz os jogadores crescerem.  Como está acontecendo com o Mascherano.  Esse rapaz não jogava essa bola toda. Alguma vez ele jogou assim no Corinthians ?
        Em resumo, o jogo de hoje confirmou o que eu achava e vinha dizendo: dos quatro que chegaram até aqui, o Brasil era mesmo o mais fraco.

      QUER DIZER QUE A DEFESA DA ARGENTINA É RUIM E O GOLEIRO ROMERO É MUITO FRACO ?  QUER DIZER QUE A DEFESA BRASILEIRA É MUITO BOA E O GOLEIRO JÚLIO CESAR ESTÁ TOTALMENTE REABILITADO DA COPA DE 2010?
 
  (são as verdades mentirosas que a "grande imprensa" nacional nos empurra boca-a-baixo)

                                                  Barcos já está na torcida
          Enquanto os outros jogadores treinam em Porto Alegre, o centroavante Hernán Barcos foi liberado pelo Grêmio e já está no Itaquerão, para torcer por sua Argentina, daqui a meia hora, contra a Holanda.  Barcos treinou pela manhã e pegou um avião para São Paulo ao meio-dia.
           Confiante numa vitória de seu país, Barcos disse que "não adiantará os holandeses tentarem marcar o Messi. A Seleção Argentina não é só Messi".
                            
                                        QUE MALDADE, HEIN ?
      Surgiram postagens de todo o tipo no Facebook, após a derrota da Seleção. Acho que a mais bonita foi esta, feita pela amiga Rosani Maia, lá de Fortaleza. "Você me representou com garra e dignidade, David Luiz" - escreveu Rosani. 

Argentina será a América, daqui a pouco

 
          Não quero nem imaginar duas seleções europeias disputando o título mundial dentro do Brasil. Sei das rivalidades existentes, mas querer a derrota dos argentinos hoje é torcer contra a nossa terra, a América do Sul. Ver a Holanda derrotar a Argentina seria prolongar e aumentar esse gosto de frustração, que insiste em permanecer com a gente desde a tragédia de ontem. E o pior,  é que esse novo fracasso americano poderá acontecer no Itaquerão.
          As brincadeiras são muitas, e algumas pessoas pensam que a derrota brasileira foi uma boa coisa para os argentinos. Puro engano, pois a cabeça dos platinos deve estar que nem um bumbo, numa hora dessas. É claro que eles estão morrendo de medo que lhes aconteça o que se passou com o Brasil. Se coloquem na cabeça do técnico Alejandro Sabella. "E agora, vou pra cima da Holanda ou me tranco atrás, pra que não me aconteça o que aconteceu ontem com os brasileiros ?" deve estar indagando Sabella.
 
           E quem de nós se atreve a aconselhá-lo, sobre o jeito de jogar logo mais ?
 
          É o próprio futuro do futebol sul-americano que está em jogo. A Argentina precisa pelo menos chegar à final. E se possível (será que é?) ganhar esse título. É uma questão de sobrevivência futebolística para os americanos, que correm o risco  de pagar o maior mico, decidindo, no próximo sábado, um terceiro lugar em plena capital da "terra do futebol".
 
            HOJE, SOU ARGENTINO "DESDE PEQUENINHO"
         
    

          Caminhando pela cidade, levei um susto, agora há pouco. De um bar com rádio ligado, ouvi um grito de "gooolll" saindo lá de dentro. Confesso, que pensei que a Alemanha tinha feito mais um.