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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Bombeira tira a roupa e é presa



                A bombeira Lilian Vilas Boas, de Curitiba, foi punida com oito dias de prisão por ter feito um ensaio fotográfico com os seios à mostra. A determinação dos superiores — ainda não cumprida porque Lilian recorre na Justiça Militar — foi dada porque ela teria violado regulamentos do Exército e da Polícia Militar (PM) do Paraná.
                As imagens foram feitas em abril para o Projeto Velvet, que, segundo o idealizador, busca a valorização feminina. “A ideia é fortalecer a beleza natural da mulher e a liberdade de poder se mostrar”, diz o fotógrafo Arnaldo Belotto.
              Poucos dias após o ensaio ser publicado, as fotos circularam pelo WhatsApp e chegaram a um grupo de agentes de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio. Lá o material foi visto por policiais que levaram o caso à corporação. Belotto diz ter sido chamado duas vezes a depor. A nota de punição da bombeira, que tem 32 anos de idade e quase três na corporação, foi assinada por uma tenente.
             “Questionaram como tinha acontecido, se ela tinha pago, se sabia que as fotos iam pro ar. Acabamos expondo inclusive essa hipocrisia na questão dos mamilos: bombeiros homens tiram fotos sem camisa e não são punidos” - diz Belotto.
              O fotógrafo conta que outra participante, da Polícia Civil do Paraná, também fez um ensaio para o site, mas pediu a retirada das fotos dias depois com medo da repercussão.

               O Metro Jornal tentou contato com Lilian, mas ela preferiu não se manifestar. Segundo a punição, ela transgrediu incisos do regulamento da PM que falam em “nunca denegrir ou desgastar sua imagem”, “proceder sempre de maneira ilibada na vida pública e particular” e “evitar publicidade visando a própria promoção pessoal”.

               Procurados, a PM e o Corpo de Bombeiros informaram que “farão a reavaliação [do caso] sob todas as óticas”, caso o recurso de Lilian chegue ao comando, que não pode “emitir juízo de valor prévio” antes disso. A prisão foi ordenada pelo 7° Grupamento de Bombeiros, que abrange 30 bairros da região norte de Curitiba e 13 municípios da região metropolitana.

               Enquanto isso, as condições para mulheres continuam sendo alvo de críticas.  Mulheres trabalham no Corpo de Bombeiros do Paraná há mais de uma década – a primeira turma entrou em 2005 – e são mais de cem, mas ainda sofrem com falta de estrutura exclusiva para elas, segundo agentes ouvidas pelo Metro Jornal.

            “Onde eu trabalho não tem nem vestiário, nem alojamento e nem banheiro separado para mulher” - diz uma bombeira que trabalha na região metropolitana de Curitiba. Segundo ela, as companheiras se submetem a situações de constrangimento, porque nem todos os quartéis têm dependências exclusivas.

               No 1° Grupamento de Bombeiros, que atende a mais de 40 bairros da capital, apenas dois dos seis quartéis, de acordo com a bombeira, têm alojamentos femininos. Em outros locais, há casos em que as-bombeiras precisam fazer “adaptações”. “Ela dormia na sala de TV, em um colchão no chão ou no sofá, e quando ela precisava usar o banheiro e se trocar, pedia licença, fechava a porta e usava o mesmo banheiro que os homens”- diz a agente sobre uma colega do 1º GB.

(  informações de Rafael Neves, do Metro Jornal Curitiba)


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