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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

       Quem se propõe a escrever sobre música, mesmo que não goste do estilo brega, não pode deixar esse homem de fora. Ele é mesmo o mais brega de todos os bregas

                      W A L D I C K        S O R I A N O

                       

             A força musical da Bahia é incrível. É o maior centro da canção brasileira em todos os gêneros. Assim sendo,  o maior cantor brega do País também tinha que ser um baiano. Foi lá em Caetité, cidade de mais ou menos 55 mil habitantes, localizada a 645 km da capital Salvador, que nasceu WALDICK SORIANO, cantor que o Brasil inteiro conhece. Que "figura" era esse cara !

              No vídeo de abertura, Waldick canta pra nós um dos seus muitos sucessos: "A DAMA DE VERMELHO" ,  canção escrita por Pedro Caetano e Alcir Pires. Um verdadeiro hino da música brega, que foi cantada por Francisco Alves e por outros nomes famosos da canção brasileira, como Milionário e Zé Rico, Bruno e Marrone e o saudoso Reginaldo Rossi.  Vale a pena ouvir esta gravação de Waldick, já com mais de 70 anos, mas ainda cantando muito bem.


                                              Eurípedes Waldick Soriano nasceu filho de Manuel  Sebastião Soriano, que comercializava ametistas, no Distrito das Ametistas, em Caetité. E um fato marcante de sua infância é que ele foi abandonado pela mãe, a quem era muito apegado.
 
                                               Lá mesmo em Caetité, Waldick viveu a sua juventude, já envolvido em muita boemia. Desde novo era um inveterado namorador e aventureiro. Um "pegador" da época. E foi um incidente ocorrido num clube local que fez o "conquistador" buscar o seu destino fora da cidade. Foi tentar a vida em São Paulo.

 
 
     Antes de ingressar na carreira artística, Waldick trabalhou como lavrador, engraxate e garimpeiro.
 
Apesar das dificuldades, conseguiu se tornar conhecido nos anos 50, com a música "Quem és tu?"
 
Ele se destacava por suas canções sobre dor-de-cotovelo e por seu visual revolucionário para aquela época: sempre usava roupas negras e óculos escuro, como se vê na foto acima.
 
 
 
O maior sucesso de Waldick Soriano foi "Eu não sou cachorro não", que anos depois foi regravada num inglês macarrônico por Falcão, outro cantor do Nordeste.  A canção veio no auge da ditadura e, segundo alguns autores, seria uma forma de exigir um tratamento melhor por parte dos governantes.
 
E em 1974, por não gostarem de ouvir a palavra "tortura", os militares censuraram uma canção de Waldick, intitulada "Tortura de Amor".
 
 
 Por ser considerado "cafona", Waldick chegou a ser menosprezado, inclusive na sua cidade, pela classe aristocrática local.  Mas ele acabou sendo reconhecido no Brasil inteiro, como símbolo de um estilo, de uma classe social e da sua manifestação cultural, pulsante e criativa.
 
Waldick Sortiano foi tão importante para a nossa música, que mereceu um documentário dirigido por Patrícia Pillar (foto), contando a sua história, sob o título de "Waldick, Sempre no Meu Coração"
 
 
 
Entre os grandes sucessos de Waldick estão as canções "Paixão de um Homem",  "A Carta" e  "Se eu morresse amanhã". 
 
 
WALDICK SORIANO morreu aos 75 anos, às 5h30m da manhã do dia 4 de setembro de 2008, no instituto Nacional do Câncer, no Rio, onde estava internado.
Ele estava diagnosticado com câncer de próstata desde 2006, mas negava-se a acreditar e seguia dizendo: "Vou morrer do  coração, como o meu pai. O que eu tenho é reumatismo."
 
Mas era câncer mesmo, e seus últimos quatro meses de vida foram na cama. Mesmo assim, mantinha-se animado, como conta sua viúva Walda. Foi um homem de muita força !
 
 
 
 

 

Um comentário:

  1. Lembro das piadas futebolisticas sobre ele, aquela que o S.Paulo FC era igual ao V.Soriani, só fazia sucesso no Nordeste, porque uma época eles só ganhavam dos times nordestinos e perdia do demais.
    Mais uma figura desse nosso Brasil que tem de tudo, para todos os gostos.
    avanti

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