Hoje faz 51 anos que eu deixei meus pais, minhas irmãs e a minha cidade de Pelotas. Recém saído do quartel, eu me achava apto para encarar o mundo. Foi no dia 17 de dezembro de 1960, às 14 horas, que o ônibus saiu da antiga e acanhada rodoviária pelotense, hoje substituída por um belo terminal. Ainda me lembro bem das sensações vividas naquele dia. Me doía por dentro, mas a vontade de descobrir a vida era maior. E lá fui eu para Porto Alegre que, na época, me parecia tão distante.
A Pelotas que eu deixei pra trás
Eu achava que estava pronto. Mal sabia que ainda ia quebrar a cara muitas vezes, e que choraria de saudade em inúmeras oportunidades. Nunca vou me esquecer daquele dia. A imagem triste do meu pai, na despedida, ainda está viva em mim. Acho que também fiquei daquele jeito, quando três dos meus quatro filhos também foram embora de casa, atrás do seu futuro. O tempo passou, tudo valeu a pena. Constituí a minha família, fiz muitos amigos, aprendi a minha profissão e posso dizer que consegui ser feliz. Mas ainda me doi por dentro, quando me lembro daquele dia em que saí de casa.
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